Boas Vindas

Caros e Caras Colegas:

Que bom receber a visita de vocês!!!
Aqui, neste espaço, pretendo relatar minhas experiências em sala de aula, bem como colocar informações úteis e interessantes, sempre que me for possível, acerca da nossa nobre profissão: Professor!
Espero que possam encontrar algo que seja do interesse de vocês e que possamos, juntos, trilhar este caminho de eterna aprendizagem!
Sintam-se à vontade para comentar minhas postagens!!!

Grata pela visita!!!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Alunos Gostam de Conversar...

Caras e Caros Leitores:

          Continuamos com o relato de nossas experiências em sala de aula...
          Esta é uma semana de provas. Não que eu seja adepta da prova como única forma válida para avaliar o que os alunos aprendem no processo educacional (adotei, como forma de os alunos conseguirem a metade da nota da média, o processo de avaliação processual, pois posso controlar a frequência, bem como a participação deles nas minhas aulas), mas o Sistema tem lá suas regras e temos de obedecê-las "para o bem do povo e felicidade geral da Nação"... Um dia virá em que não teremos de utilizar forma tão torturante de aferição do aprendizado para conscientizar nossos alunos sobre a importância de valorizarem o conhecimento que precisam adquirir para exercerem suas funções com eficiência, na nossa Sociedade.
          Ontem, estava aplicando a prova da sala do EJA - na turma da 7ª e 8ª série (ou seria 8° e 9° ano???), quando chegou uma aluna da sala da 5ª e 6ª série que havia faltado anteontem (momento em que eu havia aplicado a prova nesta sala), solicitando a prova de Língua Portuguesa. Pedi que entrasse para se juntar aos outros, pois queria acompanhar a sua desenvoltura em responder àquele teste. Dois colegas de sala de aula e vizinhos dela pediram para ficar também, apenas para esperar que ela terminasse sua tarefa e, deste modo, pudessem voltar juntos para casa, como medida de segurança para eles. Permiti que entrassem, pois a maioria dos alunos da sala onde eu estava trabalhando já havia entregado a avaliação, restando apenas dois deles no ambiente.
          Quando ela terminou, entregou-me seu material e saiu com os outros colegas mas, antes que se afastassem da porta, sua colega olhou para mim e disse "Professora, você não conversou mais com a gente!" Queixei-me da ausência deles na última aula que tivemos antes da prova, ocorrida na sexta-feira. Concordaram e eu expliquei que havia conversado com os alunos que lá estavam. Prometeram não faltar tanto às aulas e se foram.
          Fiquei refletindo: nas sextas-feiras eu costumo, por recomendação do diretor da escola, no início do ano letivo, promover um momento mais relaxante para os alunos. Gosto de conversar com eles, entretanto neste dia as aulas são especiais: entrego alguma tarefa para fazerem em casa, no final de semana, e estabeleço, com a conivência deles, a escolha de algum assunto para debate. Conversamos muito, eu exploro outras disciplinas, prestando esclarecimentos sobre pontos obscuros para eles. Também discutimos sobre os problemas que ocorrem dentro e fora da escola e o que devemos fazer para solucioná-los. Acho que é indispensável estes momentos com eles porque é nestas ocasiões que podemos compreender melhor o outro e auxiliá-lo não só em relação à matéria que estamos trabalhando, mas também em relação ao posicionamento ético que devemos ter perante a vida.
     Pelo que pude entender da cobrança da minha aluna, estes momento são mais agradáveis do que eu pensei. O que me estimula a aproveitar ainda mais todas as oportunidades que tivermos para continuar com este compromisso que assumi perante eles. Compreender o outro, discutir sobre assuntos que nos incomodam e nos causam dúvidas, ouvir novas opiniões e novos pontos de vista é sempre benéfico para que possamos renovar nossa mente e aumentar nossa capacidade de entender o mundo em que vivemos. Meus alunos estão aprendendo isso, e eu também!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Ensinando o Conceito de Cidadania...

Caros e Caras Colegas:


Voltamos a relatar um pouco dos desafios enfrentados em sala de aula...
Desta vez, convém comentar sobre um conceito valioso para as bases educacionais: a Cidadania!
Lembro-me de ter lido em algum material didático que nos foi passado no Curso de Letras, quando estudava a disciplina de Didática, sobre a importância da convivência no ambiente escolar. Naquele texto, chamava-se a atenção para o fato de que, para as crianças, a primeira experiência mais intensa para se compreender como um cidadão deve agir na Sociedade acontece na escola, pois o fato de a criança sair do ambiente familiar para entrar no ambiente escolar faz com que ela tenha de se adaptar a novas regras, muitas vezes não conhecidas nem vivenciadas no lar. E estas novas regras que aprendemos na escola nos faz compreender melhor a necessidade de respeitarmos o direito alheio!
Pois bem! Na escola onde trabalho, tenho enfrentado um tipo de situação constrangedora que exige muito de tato para administrá-la: quando chego para ministrar aulas, a sala está imunda! Não porque a escola não tenha serventes e zeladores. Tem-nos, até demais! O problema é a falta de consciência de alguns profissionais que se recusam a cumprir o seu dever. Como a atitude de denunciar o comportamento inadequado de colegas de trabalho não é bem vista e até pode trazer consequências desagradáveis, optei por resolver o problema de forma discreta.
Para os meus rebeldes alunos adolescentes, encontrei a ferramenta ideal para ensiná-los lições de respeito ao patrimônio público. Ao chegar na sala de aula no primeiro horário (e geralmente chego antes dos alunos), pego uma vassoura e começo a varrer a sala. No início, tal atitude causou estranheza nos meus discentes. Expliquei a eles a importância de cuidarmos do local no qual trabalhamos e estudamos, como questão relevante para mantermos nossa saúde! Posteriormente, os alunos começaram a me ajudar na tarefa e esta atitude deles rendeu uma cena belíssima!!!
Mais uma vez, cheguei nesta última terça-feira e encontrei o piso da sala de aula muito sujo. Peguei a vassoura e comecei a varrer. Uma colega de trabalho (professora), ao ver a cena, disse que eu estava fazendo papel de boba, já que havia quem deveria fazer este trabalho na escola e não o estava realizando por comodismo. Expliquei a ela que me recusava terminantemente a trabalhar em ambiente tão nocivo à nossa saúde. Ela continuou condenando minha atitude, até que uma aluna pegou a vassoura de minhas mãos para que eu começasse a arrumar as carteiras e deu seguimento à tarefa de varrer a sala. Virei para minha colega de trabalho e disse, diante de sua visível censura: "Isso que minha aluna está aprendendo é uma Lição de Cidadania! Está aprendendo a zelar pelo patrimônio público, que é de todos nós."
Mesmo discordando, minha colega saiu e me deixou continuar a realização do meu trabalho. Depois, fui para casa no final da noite, refletindo sobre aquela cena... Nestes tempos em que os alunos andam tão agressivos e os professores precisam, mais do que nunca, ensinar lições de Amor, Respeito, Solidariedade, Tolerância, Ecologia, Economia, Bons Exemplos na maneira de agir e tantas outras atitudes imprescindíveis para que vivamos em harmonia na Sociedade que nos acolhe, consegui transformar uma situação desagradável a meu favor: pude revertê-la para a boa educação de meus alunos. E isso me deixou feliz. Mais do que isso, deixou-me com a sensação de dever cumprido!