Quando participei da construção da ficha pedagógica referente ao 2º semestre, algumas sugestões dadas para a Semana do Folclore baseavam-se na construção de painéis ou murais por parte dos alunos com alguns temas, tais como comidas típicas, brincadeiras, costumes etc...
Fiquei pensando: não temos à nossa disposição tantos materiais quanto seria necessário (revistas com fotos coloridas para cortar e colar ou impressora a cores para imprimir as fotografias desejadas). Como fazer um mural desses dar certo? Não seria melhor uma atividade alternativa?
A diretora da escola trouxe uma sugestão: como as festas culturais são muito valorizadas pela escola da comunidade, que tal fazer uma apresentação com os alunos? Restava-me pesquisar que tipo de festas da comunidade se encaixava no evento a ser organizado.
Comecei minha pesquisa junto aos alunos no início do mês de agosto e fiquei profundamente surpresa com as respostas dadas por eles: reisado de homem, reisado de moça, presépio interpretado, batalhão roubado, bumba meu boi, música de gaitas (ou banda de pífano)... O que havia de mais cultural e folclórico além daquelas festas herdadas de seus antepassados?
Voltei ao tempo de infância. Naquele momento de minha vida, recebi uma rica influência na formação ao habitar em distintos lugares e conviver com diferentes pessoas. Eu conhecera dois ambientes muito contrastantes: o desenvolvimento social e tecnológico da zona urbana, presente na cidade onde morava - Diadema, e o conservadorismo da zona rural, presente no povoado de Aroeira - em Conceição do Coité, local em que se originou parte da minha família consangüínea. Na Fazenda Morro, local próximo a Aroeira, havia um senhor, de nome Dionísio, possuidor de uma banda de pífanos em que os tocadores eram muito unidos e animavam as festas da região, com seus instrumentos de sopro misturados com instrumentos de percussão. Também havia presenciado uma versão consentida do batalhão roubado, na forma de adjutório (que eles chamam de ‘digitoro’), ocorrida certa vez na ‘roça’ de minha mãe.
Festas animadas, familiares, guardando toda a inocência e simplicidade daquele povo humilde que muito contribuiu para complementar o aprendizado que tenho adquirido.
Entristecedor foi saber, por intermédio dos alunos, que seus filhos não querem dar continuidade às festividades de seus antepassados, por acharem-nas ultrapassadas. Costumes tão saudáveis, mas desprezados pelos jovens, interessados apenas em eventos de culturas importadas de outros países, cujo sentido ignoram e origem desconhecem.
Assim, decidimos ensaiar um reisado de moça com os alunos e eu estou torcendo para que dê certo. Se conseguirmos apresentar um recorte da tradição herdada de seus ancestrais, teremos cumprido a missão de ajudá-los a resgatar sua cultura, contribuindo para revitalizar as tradições presentes no pensamento daquelas famílias e de sua comunidade.
Este blog destina-se às narrativas de experiências vividas por uma professora iniciante em sala de aula, bem como deixar uma palavra de apoio aos colegas de profissão em momentos de angústias como esse...
Boas Vindas
Caros e Caras Colegas:
Que bom receber a visita de vocês!!!
Aqui, neste espaço, pretendo relatar minhas experiências em sala de aula, bem como colocar informações úteis e interessantes, sempre que me for possível, acerca da nossa nobre profissão: Professor!
Espero que possam encontrar algo que seja do interesse de vocês e que possamos, juntos, trilhar este caminho de eterna aprendizagem!
Sintam-se à vontade para comentar minhas postagens!!!
Grata pela visita!!!
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Aqui, neste espaço, pretendo relatar minhas experiências em sala de aula, bem como colocar informações úteis e interessantes, sempre que me for possível, acerca da nossa nobre profissão: Professor!
Espero que possam encontrar algo que seja do interesse de vocês e que possamos, juntos, trilhar este caminho de eterna aprendizagem!
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Grata pela visita!!!
Uma das primeiras coisas que o estudante de geografia aprende na faculdade é que para tornar o apredizado interessante para o aluno devemos partir da sua realidade. Vejo que vc faz isso brilhantemente e contribuindo para resgatar a cultura local. É muito bom perceber que temos Educadores de qualidade ensinando na Zona Ruaral
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