BATALHÃO ROUBADO (trabalho comunitário): Um grupo de homens, moradores de uma comunidade, invadia a fazenda de alguém que ainda não tivesse iniciado os trabalhos de limpeza e semeadura, na época do plantio. A ação consistia em, no espaço de um dia, deixar a terra arada e/ou limpa, pronta para lançar sementes. O dono deveria providenciar comida e bebida para os trabalhadores. No final do dia, os lavradores faziam um samba de roda. Essa atividade acontecia, geralmente, em dia de sábado.
BUMBA-MEU-BOI (festa religiosa): Começa com uma ladainha cantada pelas mulheres presentes na festa. Após os cânticos (o mais famoso é o Ofício de Nossa Senhora), realiza-se um leilão beneficente em que os itens são doados pelas pessoas da comunidade e cuja renda deve ser revertida para o dono da casa onde o evento é feito ou para a igreja. Alguém traz uma armação em forma de arco, feita de varas amarradas com corda de sisal e coberta com um lençol enfeitado, uma caveira da cabeça de um boi de um lado (frente) e um rabo de outro (fundo), quem fica debaixo da armação corre atrás dos presentes, principalmente de quem provoca “o boi”. Quando o leilão acaba, lê-se o Testamento do Boi, em que “cada parte do animal” é destinada a algum dos participantes da festa.
CANTIGAS DE RODA (ritual de cortejo entre moças e rapazes): Em noites claras e de tempo bom, após a realização de algum serviço comunitário (Bata do Milho, Bata do Feijão etc.) as moças e os rapazes faziam uma roda, na qual ficavam circulando de mãos dadas, cantando músicas e tirando versos com o objetivo de cortejar. As moças dirigiam seus versos aos rapazes ou para outras que desejassem namorar algum rapaz do seu interesse e os rapazes cantavam para as moças, para elogiá-las ou propor-lhes namoro.
DIGITORO ou ADJUTÓRIO (trabalho comunitário): Um trabalho comunitário semelhante ao Batalhão Roubado. A diferença é que sempre se faz com o consentimento ou a pedido do dono da roça que será limpa. Isso acontece, geralmente, quando ele está sem dinheiro para pagar trabalhadores e pede ajuda aos amigos da comunidade para lavrar sua terra.
MÚSICA DE GAITAS ou BANDA DE PÍFANOS (arte regional): É um grupo de músicos que tocam gaitas (espécie de flautas), zabumba, caixa de guerra, tambores e outros instrumentos de percussão. Eles animam as festas em geral, como os reisados de moça, os reisados de homem e os leilões comunitários.
PRESÉPIO (arte religiosa): É feito na época do Natal. Um grupo de moças, chamadas de pastorinhas, trajando vestidos brancos com mangas, faixa vermelha na cintura e chapéu feito de papel franzido na cor branca, cantam e dançam aos pares, ao lado da lapinha (um presépio montado), acompanhadas de dois rapazes.
REISADO DE MOÇA (festa religiosa): As moças, vestidas com saias de tecido estampado e blusa branca com uma faixa vermelha atravessada sobre o corpo, acompanhadas de três rapazes (que representam os três reis magos), reúnem-se e vão para uma casa onde as pessoas gostam de celebrar o Dia de Reis. Cantam e dançam cânticos religiosos, elogios e pedidos aos donos da casa e as despedidas, em forma de roda. Nestas músicas, há informações sobre o tipo de vida que elas levam na comunidade. Quando é realizado sem aviso prévio aos donos da casa onde farão a festa, usa-se o termo “roubar reis”. Quando elas chegam, os donos da casa devem abrir a porta para as moças entrarem, oferecer comida (doces) e bebida (vinho).
REISADO DE HOMEM (festa religiosa): Vários detalhes diferem esta festa, feita pelos homens, daquela feita pelas moças. Enquanto elas ficam em apenas uma casa, eles saem para visitar várias casas na comunidade. O ritmo dos cânticos e as letras são diferentes, bem como o vestuário utilizado na festa.
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